Pedrinho é sincero sobre contratações no Vasco: "Eu nunca prometi…"

Após a eliminação na Copa Sul-Americana e com o Vasco ocupando uma posição próxima à zona de rebaixamento no Campeonato Brasileiro, o presidente Pedrinho concedeu entrevista coletiva nesta quinta-feira (24), na sede da SAF, no Rio de Janeiro. Ao lado do CEO Carlos Amodeo e do vice-presidente jurídico Felipe Carregal, o mandatário abordou temas sensíveis relacionados ao momento do clube, desde contratações até a gestão financeira.
Ao comentar sobre as movimentações do clube na janela de transferências, Pedrinho destacou que a limitação orçamentária tem sido um fator determinante nas escolhas. Segundo ele, apesar dos R$ 60 milhões investidos sob sua gestão, o valor foi distribuído conforme a capacidade de pagamento do clube. Assim, reforçou que não houve qualquer promessa de chegada de nomes consagrados.
"Eu nunca prometi em nenhuma entrevista trazer jogador de alto nível. A minha promessa sempre foi de honrar os compromissos. Dentro disso, eu trago jogadores que cabem dentro do orçamento, devido à facilidade do pagamento parcelado e um fluxo que a gente tem oxigênio pra honrar".
A política de valorização da base também foi tema de questionamento. Pedrinho reconheceu a frustração dos torcedores com os baixos valores obtidos por jovens revelações, como o meia JP. Contudo, apontou a falta de paciência interna como obstáculo para a consolidação desses atletas no elenco principal.
"Eu sou oriundo da base, gosto da base, acho que é um grande ativo, mas nós mesmos, vascaínos, às vezes não temos paciência com o próprio jogador da base e aí não tem desempenho".
Em relação às críticas à diretoria por vendas de mando de campo, o dirigente revelou que as negociações tinham como objetivo imediato o pagamento de salários. Ele afirmou que em 2024, todos os meses foram fechados com dificuldade e, muitas vezes, com receitas já adiantadas.
"A realidade é que nós vendemos para pegar esses R$ 4 milhões para pagar salário. E todos os meses de 24 foram assim".
O presidente também rebateu cobranças por não apresentar resultados imediatos e reforçou a diferença entre promessas de campanha e a realidade do clube. Ele citou medidas como a entrada na recuperação judicial e o uso de seus bens pessoais como garantias para honrar compromissos da gestão como formas de comprovar seu comprometimento com a reestruturação vascaína.
"Quando a gente vai para uma recuperação judicial com os meus bens ali, é a maior prova de respeito pelo processo que está sendo realizado".
No campo esportivo, Pedrinho reconheceu que alguns reforços não corresponderam, mas apontou nomes que vêm se destacando, como Nuno, Tchê Tchê e Lucas Freitas. Ele ressaltou que o desempenho dentro de campo é variável e que a avaliação de contratações deve levar em conta o contexto de cada jogador.
Por fim, ao falar sobre as reações negativas da torcida, o presidente afirmou que entende as críticas, mas reafirmou que continuará buscando soluções enquanto estiver à frente do clube. Para ele, a reconstrução é um processo doloroso, mas necessário.
"Eu sofro muito com as derrotas, mas eu também vejo muito trabalho. Fazer qualquer tipo de avaliação depois de uma derrota tem uma visão e depois de uma vitória tem outra. Por isso temos que fazer uma avaliação neutra".
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